Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) estão se consolidando como uma das estratégias mais promissoras para conciliar restauração ambiental, geração de renda e segurança alimentar no Cerrado brasileiro. Inspirados nos processos ecológicos do bioma, os SAFs integram árvores, cultivos agrícolas e, em alguns casos, a criação de animais em uma mesma área, de forma planejada e sustentável. O resultado é uma produção diversificada que recupera áreas degradadas, protege as nascentes e fortalece a autonomia das comunidades rurais.
Estudos recentes apontam que os SAFs apresentam viabilidade econômica competitiva em relação a monocultivos tradicionais, além de contribuírem para o sequestro de carbono, o aumento da fertilidade do solo e o equilíbrio hídrico. Mais do que uma alternativa produtiva, eles representam uma oportunidade concreta para agricultores familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais, garantindo alimentos saudáveis, renda diversificada e maior resiliência frente às mudanças climáticas.
É nesse contexto que a Agrobio, por meio do Projeto Biodiversidade e Cadeias Produtivas: Restauração de Áreas Degradadas e Sustentabilidade Socioeconômica no Cerrado Goiano (Bioca), inicia a implantação de SAFs no nordeste de Goiás. A iniciativa busca articular agricultores familiares, associações locais e parceiros institucionais para estruturar sistemas produtivos que unam conservação ambiental e fortalecimento socioeconômico. Ao restaurar áreas degradadas com espécies nativas, promover a segurança alimentar das famílias e valorizar saberes agroecológicos enraizados no território, o Bioca aposta em um modelo que alia conservação e desenvolvimento.
Para a Agrobio, investir em SAFs é cultivar vida e restaurar territórios. No nordeste goiano, o Projeto Bioca marca um passo decisivo para demonstrar que a restauração ecológica pode caminhar lado a lado com a prosperidade das comunidades locais, consolidando o Cerrado como um bioma vivo, produtivo e sustentável.
Sobre o Projeto
Executado pela Agrobio, o Projeto Bioca visa restaurar 200 hectares de áreas degradadas por meio de práticas agroecológicas e sistemas produtivos sustentáveis. A iniciativa inclui também a instalação de agroindústrias para agregar valor às cadeias produtivas da agricultura familiar, beneficiando diretamente comunidades quilombolas e assentamentos rurais no Nordeste de Goiás.
O Projeto conta com financiamento da Petrobras e do BNDES, por meio do edital Corredores de Biodiversidade – Floresta Viva, com gestão do FUNBIO. A rede de parceiros inclui a Associação Quilombola Kalunga (AQK), AEPAGO, UFG, UFCAT, Embrapa Cerrados, Embrapa Arroz e Feijão, Tribunal de Justiça de Goiás, Ministério Público do Trabalho/GO, MDA/GO, MDA/Seteq, MDS e prefeituras locais, consolidando um esforço coletivo em defesa do Cerrado e da valorização das comunidades que o habitam.




