O Cerrado é reconhecido como a savana mais biodiversa do planeta, mas também figura entre os biomas mais ameaçados. Diversos fatores comprometem a água, a fauna, a flora e a vida das comunidades que dependem deste território. Diante desse cenário, a agroecologia se apresenta como uma alternativa para garantir a sustentabilidade e promover a restauração ambiental.

Mais do que um modelo de produção agrícola, a agroecologia é uma prática que integra conhecimento científico e saberes tradicionais. Ela valoriza a diversidade, recupera a fertilidade dos solos, conserva a água e reduz a dependência de insumos químicos. No Cerrado, adotar técnicas agroecológicas significa recuperar áreas degradadas com Sistemas Agroflorestais (SAFs), semeadura direta de espécies nativas, bem como o plantio de mudas e o fortalecimento das cadeias produtivas locais de sementes e alimentos.
Ao respeitar os ciclos da natureza e promover a autonomia das comunidades rurais, a agroecologia fortalece a segurança alimentar, cria alternativas econômicas sustentáveis e contribui diretamente para a mitigação das mudanças climáticas. Cada prática agroecológica implantada é também um gesto de resistência contra a perda de biodiversidade e uma aposta no futuro do Cerrado.
Investir em agroecologia é investir na restauração ecológica, na justiça social e na conservação do patrimônio natural brasileiro. No coração do país, o Cerrado precisa desse compromisso coletivo para continuar a pulsar como berço das águas e como guardião de uma das maiores riquezas ambientais do planeta.



