MCP defende cozinhas solidárias como política de Estado contra a fome
O Movimento Camponês Popular (MCP) marcou presença no II Encontro Nacional do Programa Cozinha Solidária, realizado na Fiocruz, no Rio de Janeiro, nos dias 3 e 4 de setembro. O evento reuniu representantes de 60 cozinhas solidárias, mais de 20 entidades gestoras, movimentos sociais, universidades e órgãos públicos para debater os avanços do programa e construir propostas para o futuro desta política pública fundamental no combate à fome no Brasil. Executado pela Agrobio, a Coordenadora-geral do projeto Cozinhas Solidárias, Maria Gabriela Freire Lins, destacou a importância de aproximar a produção de alimentos saudáveis das periferias e comunidades urbanas, valorizando a agroecologia e o saber camponês. “Não é só alimentar, mas alimentar com alimentos de verdade, produzidos pelos camponeses e camponesas, resgatando saberes ancestrais e reconhecendo que a alimentação é também um ato político”, afirmou Maria Gabriela. As cozinhas vinculadas ao MCP e geridas pela Agrobio estão presentes em estados como Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe e Piauí, fortalecendo a rede nacional e ampliando o acesso a refeições de qualidade em territórios de maior vulnerabilidade. Para Maria Gabriela, o encontro foi um espaço de troca de experiências entre entidades gestoras e cozinheiras populares, garantindo que as vozes das comunidades estivessem no centro do debate. “Aprendemos que cada vez mais precisamos fortalecer nossas redes e lutar para que as políticas de governo se tornem políticas de Estado. As cozinhas não podem ser apenas espaços de distribuição de alimentos, mas também de construção de conhecimento, resgate cultural e criação de alternativas junto às comunidades”, defendeu. Atualmente, o Programa Cozinha Solidária, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), já habilitou mais de 1 mil cozinhas em todo o país, sendo 295 mil refeições servidas diariamente em territórios periféricos, muitas delas em parceria com organizações da sociedade civil. O MCP reforça que a consolidação dessa política contribui para que o Brasil avance na garantia do direito humano à alimentação adequada, fortalecendo a agricultura familiar, a economia local e a soberania alimentar.









