Rede Sementes da Vida

accape

accape, agrobio

Com formação técnica e mutirão de implantação, Rede Sementes da Vida fortalece corredores agroecológicos no Sertão do Araripe

A equipe do projeto Rede Sementes da Vida: cultivando a agrobiodiversidade e fortalecendo a agroecologia no Brasil promoveu, no Sertão do Araripe, atividades que conectaram teoria, prática comunitária e fortalecimento das redes locais de produção de alimentos saudáveis. A iniciativa, que aconteceu nos municípios de Santa Cruz, Ouricuri, Trindade e Exu (PE) envolveu agricultores e agricultoras locais e foi desenvolvida em parceria com o Movimento Camponês Popular (MCP), Associação dos Camponeses e Camponesas do Estado de Pernambuco (ACCAPE), Pró Semeia e Secretaria de Agricultura de Santa Cruz (PE).  O curso foi ministrado pela  Agente de Transição Agroecológica do Projeto, Anna Clara Nery Junquilho e Lara Heloísa Mendonça Rebonato, da Pró Semeia com o apoio dos articuladores locais Francisco de Assis da Mato Bezerra de Ouricuri e Yala Vieira Gomes de Santa Cruz. No primeiro dia de atividades, os participantes se reuniram no auditório da Secretaria Municipal de Agricultura no município de Santa Cruz para a etapa teórica da formação em corredores agroecológicos. A ação incluiu rodas de conversa, troca de saberes e a elaboração coletiva de um guia para a implantação do corredor agroecológico. Segundo Anna Clara Nery Junquilho, “a formação teórica é fundamental para que todos compreendam os princípios, visualizem a área e decidam juntos o melhor arranjo de espécies. O corredor agroecológico não é só uma técnica, é uma construção comunitária que conecta pessoas, sementes e territórios. Além disso, o grupo elaborou croquis dos corredores agroecológicos por municípios, em que cada município fez o seu próprio croqui com a ajuda da equipe técnica sobre quais espécies de interesse pelo agricultor podem ser consorciadas”, explicou. Atividades práticas No segundo dia de atividades, a equipe reuniu-se com participantes no Assentamento Maria Luzia, na casa da agricultora Antônia Nelza dos Santos, onde foi realizado o mutirão de implantação do novo corredor agroecológico. A área já havia sido preparada previamente, o que permitiu que a prática avançasse com foco na semeadura direta e no alinhamento das espécies nativas e alimentares definidas no planejamento. Para Anna Clara Junquilho, o momento do mutirão sintetiza o espírito do projeto. “Quando chegamos à prática, vemos o quanto a teoria ganha vida. É a comunidade colocando a mão na terra, fortalecendo vínculos e criando um corredor que vai beneficiar o ambiente, a produção de alimentos e o modo de vida camponês. Isso só é possível com organização e compromisso coletivo”, afirma. Sobre o projeto O projeto Rede Sementes da Vida integra a iniciativa Da Terra à Mesa, um programa do governo federal por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) que visa conectar quem produz alimentos saudáveis no campo com quem os consome nas cidades. Executora do projeto, a Agrobio é uma organização de sociedade civil com vasta experiência na promoção da agroecologia e no desenvolvimento de projetos que aliam geração de renda à conservação da agrobiodiversidade. 

accape, accese, aepago, agrobio, anapamav, caeego, Notícias

Da Terra à Mesa: Agrobio apresenta resultados do projeto Rede Sementes da Vida

Executora do projeto Rede Sementes da Vida: cultivando a agrobiodiversidade e fortalecendo a agroecologia no Brasil, a Associação Nacional para o Fortalecimento da Agrobiodiversidade (Agrobio) participou, na última sexta-feira (17), do 1º Seminário de Monitoramento do Edital Da Terra à Mesa, realizado em Juazeiro (BA), durante o 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA). O objetivo foi avaliar o primeiro ano de execução dos projetos apoiados pelo edital, que fomenta iniciativas voltadas à transição agroecológica, ao fortalecimento da agricultura familiar e à ampliação do acesso a alimentos saudáveis e sustentáveis. Durante o seminário, a presidente da Agrobio, Vanilda Ferreira, e o coordenador-geral do projeto, Murillo Notine, apresentaram um balanço das ações desenvolvidas pela instituição, destacando os avanços alcançados na promoção da agrobiodiversidade, na formação de agentes populares de transição agroecológica e na consolidação de parcerias entre Estado e sociedade civil. Sobre o projeto, entre os resultados mais expressivos estão a estruturação de corredores agroecológicos, a implantação de biofábricas e casas de sementes e a criação de Unidades de Beneficiamento de Sementes (UBS). Também destaca-se a formação de  jovens e mulheres como agentes populares de transição agroecológica um passo importante para ampliar o protagonismo feminino e juvenil nas práticas sustentáveis do campo. Outro marco relevante foi o Encontro Nacional da Rede Sementes da Vida, realizado em Luziânia (GO), que reuniu equipes técnicas, agricultores e parceiros para alinhar estratégias e planejar as próximas etapas do projeto. Até o momento, 50% dos cadastros previstos já foram concluídos, acompanhados da estruturação de escritórios regionais e da consolidação de equipes técnicas multidisciplinares. Apresentado no seminário como uma das experiências de maior abrangência territorial do programa Da Terra à Mesa, o projeto Rede Sementes da Vida atua em múltiplos biomas brasileiros, promovendo o resgate e a multiplicação de sementes crioulas, o uso de bioinsumos e a valorização dos saberes camponeses. Seu foco está em fortalecer a autonomia das famílias agricultoras e a diversidade produtiva local, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e o enfrentamento da fome. “O Rede Sementes da Vida é mais do que uma ação técnica; é um movimento político de vida. Nosso trabalho protege a agrobiodiversidade, valoriza os saberes camponeses e constrói um novo modelo de produção e abastecimento no Brasil, baseado na justiça social e na sustentabilidade”, afirmou Murillo Notine. Agrobio Com sede em Goiás e atuação em diversos estados, entre eles Pará, Pernambuco, Maranhão, Piauí, Sergipe, Bahia e Minas Gerais, a Agrobio foi fundada em 1994 e consolidou-se como referência no fortalecimento de redes agroecológicas, na produção de sementes nativas e crioulas e na restauração de áreas degradadas. Ao longo de três décadas, a organização vem articulando comunidades rurais, cooperativas e movimentos sociais em torno da agrobiodiversidade e da soberania alimentar. Para ampliar sua capilaridade e a articulação entre comunidades, a Agrobio executa o projeto em rede com diversas organizações parceiras, entre elas ACCAPE, ACCASE, ANAMAPAV, ACEPIBA, CAAEGO e ACAMPONESA, que fortalecem a presença territorial e o intercâmbio de conhecimentos em diferentes regiões do país. O Rede Sementes da Vida integra a iniciativa Da Terra à Mesa Brasil, programa do governo federal que busca aproximar quem produz alimentos saudáveis no campo de quem os consome nas cidades, criando pontes entre políticas públicas, agroecologia e segurança alimentar. O encontro reuniu representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), da Secretaria-Geral da Presidência da República e de organizações da sociedade civil de todo o país.

accape

ACCAPE – Associação de Camponesas e Camponeses de Pernambuco

AACCAPE tem por objetivo defender, organizar, formar e articular camponeses e camponesas principalmente em torno da defesa das sementes crioulas, da soberania alimentar, do empoderamento feminino no campo, da qualidade de vida no campo e da agroecologia. Lutamos para promover o desenvolvimento social e econômico de comunidades e dos/as trabalhadores/as rurais dos entornos. Com isso em mente, a ACCAPE já mobilizou e organizou diversas pessoas do campo em prol de uma produção agroecológica, que gere autonomia camponesa, empoderamento camponês e aumento da renda. Em Pernambuco, apesar de nos formalizarmos somente em 2023, iniciamos o ano de 2018 com a realização do primeiro Encontro Regional e distribuição de sementes no sertão do Pajeú. Em 2019 iniciamos um processo de ampliação dos grupos em diferentes territórios e regiões do estado. Com o aumento da fome durante a pandemia, as famílias camponesas se debruçaram sobre a ampliação da produção de alimentos saudáveis e acessíveis, mas se viu a necessidade de ampliar os grupos de produção de comida saudável a partir dos territórios em que a Associação atua. Portanto, é necessário se debruçar na formação camponesa para melhoria e aumento da produção de alimentos saudáveis. Atualmente, Associação está na Região da Mata, no Agreste e no Sertão de Pernambuco, realizando o trabalho de base nas seguintes cidades: Recife, Vitória de Santo Antão, Tracunhaém, Palmares, Bonito, Garanhuns, Saloá, Bom Conselho, Sertânia, Afogados da Ingazeira, Custódia e Iguaracy. Os/as camponenses/as destes territórios sobrevivem, em grande parte, da agricultura agroecológica, com o plantio de algodão, gergelim, milho, feijão da região, hortaliças, frutas, além da criação animal.

Rolar para cima